quarta-feira, 1 de julho de 2009

Comportamento

Consumo consciente: prática depende de hábito e deve começar cedo
"Quanto mais jovens começarem a pensar no assunto, mais chances têm de seguir por esse caminho", indica psicanalista

InfoMoney
14 novembro 2008

SÃO PAULO - Em tempos de aquecimento global e defesa do meio ambiente, uma expressão que aparece freqüentemente, seja na mídia ou nas ruas, é o chamado Consumo Consciente.

De acordo com o instituto Akatu, consumo consciente é o ato de consumir, levando em consideração os impactos provocados pelo consumo. Explicando melhor: o consumidor pode, por meio de suas escolhas, buscar maximizar os impactos positivos e minimizar os negativos dos seus atos e, desta forma, contribuir com seu poder de consumo para construir um mundo melhor.

No entanto, num mundo capitalista, onde o imediatismo fala mais alto, nem sempre é fácil agir desta forma. "A sustentabilidade tem uma visão de longo prazo e, em geral, as pessoas não gostam de pensar no futuro desta forma", explica a psicanalista e representante no Brasil da Iarep (International Association for Research in Economic Psychology), Vera Rita de Mello Ferreira.


Sem piloto automático

Segundo Vera Rita, desligar o chamado piloto automático é uma medida que ajuda a agir de forma mais consciente. "As pessoas passam a rever princípios e atitudes, que antes eram tomados de forma automática, inconsciente", afirma. "Quanto menos piloto automático, mais fácil é raciocinar", ensina.

Simples? De forma alguma. E, como explica a psicanalista, é próprio do ser humano tomar certas atitudes. "Quando é conveniente, olhamos só para um lado, descartando as partes que não nos interessa".

Além disso, segundo ela, desculpas não faltam para justificar as ações. "Na hora, o que vale é a vontade".

Como mudar este quadro

Para a psicanalista, uma forma de incorporar essa consciência seria fazer com que a prática se tornasse um hábito. "O dia-a-dia pode ajudar a reverter esse quadro e tornar as pessoas mais conscientes", explica.

Uma dica seria inserir, com mais freqüência e antecedência, as crianças neste conceito. "Quanto mais jovens começarem a pensar no assunto, mais chances têm de seguirem por esse caminho", indica Vera, afirmando que a prática deve vir do berço.

Outra forma seria abrir mão da satisfação imediata. "Mas, para isso, teria que haver um processo de autoconhecimento que permita fazer mudanças e tomar decisões que contribuam para uma vida mais equilibrada, psicologicamente e economicamente falando", ensina.

Segundo a especialista, o fato de estar mais consciente sobre o assunto pode tornar desconfortável desrespeitar os valores. "As pessoas passarão a pensar duas vezes antes de tomar qualquer decisão que possa causar impactos negativos", finaliza.

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